
Sou Sophie na caminhada solitária, nos encontros que desvendam vidas que podem ser vividas.
E sou Chihiro cercada de medo, desaparecendo pelas mãos de um caminho desconhecido, agarrada a um Haku que não define bem ou mal, apenas existe no mundo encantado dos rios.
E sou Mei adormecida no colo macio de um Totoro protegido da chuva por uma folha.
Por uma floresta que circunda e esconde. Por uma dor que adormece em um canto escondido dos sonhos. Um caminho, um atalho, um beco, uma vida inteira dentro de um buraco de amor.
E poderia ser Coraline adivinhando a outra mãe, o outro pai, o outro jardim tão cheio de flores, a outra cozinha tão cheia de guloseimas, a outra cama tão cheia de sonhos e poderia, como Coraline, trocar toda a perfeição que rouba a alma pela realidade que esculpe coração. E fígado eu acho.
E poderia ser Mogli e esconder a cara na barriga de Balu para aprender que o necessário somente o necessário o extraordinário é demais e enquanto Baguera não vem...
Eu sou Haru salvando gatos e despertando em Muta a história antiga que deveria ser esquecida. O corpo leve e o gesto pesado. O gesto leve e o corpo carregado de transformações. Os pelos que se eriçam. A novidade que não vem, a surpresa que espanta.
O mundo encantado que me encanta e me recolhe nas horas em que posso escolher ser outro alguém.
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