Olhou por um
tempo o céu de um azul claro, cálido.
Tirou o
bloquinho do bolso e rabiscou um perfil de rosto desconhecido.
Deixou a
caneta balançando entre os dedos e lembrou-se das brincadeiras do tempo de
escola em que balançava uma caneta bic entre dois dedos e ela parecia
derreter-se.
Esticou as
pernas. Um princípio de câimbra.
Olhou para o
bico do tênis, sujo de barro.
Um
passarinho cantava despreocupado.
A mãe passou
arrastando um menino que equilibrava desajeitado a bolsa da escola e um picolé
de maneira que não pingasse na camiseta do uniforme.
Ainda olhou
para ele quando dobrou a alameda do parque.
Uma câimbra
mais forte.
Uma dor que
foi subindo pela perna. Forte, forte.
Guardou o
bloco, mas a caneta caiu.
Tombou a
cabeça no banco sem encosto de cabeça.
No fim do
dia o menino falou, mas a mãe não deu atenção...
- olha mãe, esse moço ainda tá aí, faz tanto tempo que até dormiu
- olha mãe, esse moço ainda tá aí, faz tanto tempo que até dormiu
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.