quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O atrevimento dos verbos

Gostar é um verbo atrevido.
Ele não nos deixa amar, quando muito nos deixa apreciar, aprovar, achar saboroso, agradável.
É transitivo indireto e, por isso mesmo, pede sempre um de para especificar.
Podemos gostar de pipoca, de sorvete e de maçã.
Podemos gostar de dançar, de cantar e de esquiar.
E podemos não gostar de muita coisa, de tanta coisa que nem vale a pena listar.
Mas, há outra acepção para o verbo gostar.
E ele, atrevido que é, não nos deixa lembrar assim, assim, no dia a dia e nos prega peças, e nos pega nas esquinas das provas de vestibular.
Gostar também é provar, experimentar, comer, degustar e aproveitar.
E quando é assim, ele é direto. Transitivo direto.
Por isso poderíamos dizer Ana gostou O sapato, mas era caro, não o comprou.
Então, mesmo que o gostar não goste, nesse caso, Ana experimentou o sapato!
E Ana ainda poderia gostar muitas outras coisas. Gostar sem de.
Entre gostar e amar existem nuances que ainda não se sabe explicar.

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