quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Estado Sólido

Voltar ao estado sólido do amor.
Em um tempo em que não há estado melhor para se morar.
Pensar que já se passou da metade, que nenhuma metade é pior que um terço e que nada supera tudo que pode ser inteiro.
Inteiramente concentrada no que poderá ser é um estado sólido que nos impede de ver o que está sendo.
É agora, é aqui. Em cada segundo que se despede do inverno e se prepara para a primavera.
Coitada da primavera. Estação linda que se abre em flor, mas que no fundo, no fundo, sofre de uma ansiedade de passar rápido porque todo mundo, no fundo, no fundo, espera o verão.
Voltar ao estado líquido do choro que lava a alma.
Voltar ao que já foi na doce lembrança do porta retrato empoeirado.
Que imagens têm do passado?
Que cheiros, que cores, que amores?
Voltar ao estado de não estar.
Sentar e se emocionar.

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