Era ateu.
E gostava de
deixar isso bem claro!
Fazia caras
e bocas para qualquer devoção e para desespero da mãe.
Trabalhava
na sexta-feira santa só para provar que não usufruía de feriados religiosos.
Mesmo no
Natal fazia cara de quem estava ali porque não poderia estar em nenhum outro
lugar.
Era ateu.
Chamava-se
Francisco, mas não gostava da relação que faziam com o santo, preferia ser
chamado de Chicão.
A mãe
abominava.
Balançava a
cabeça tão doída de filho tão ateu, mas a Neusa sempre a consolava:
- Faz caso
não dona Isaura que toda comida que eu boto pra ele no prato eu benzo. Até mesmo o copo
d´água que eu levo eu benzo! E embaixo do colchão dele tem um raminho benzido que eu sempre troco no domingo de ramos. Ele tá mais protegido que a gente!
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