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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Solidão compartilhada

Estava no primeiro ano da faculdade e o trabalho era escrever um texto livre.

“Não sou melhor por não fumar. E não sou pior por tomar uma cerveja.
Não sou melhor por ter conseguido entrar na faculdade. E não sou pior por pagar com o salário uma faculdade de segunda linha.
Não sou melhor por vir de carro. E não sou pior por dirigir um carro popular com muitos anos de uso.
Não sou melhor por ter atravessado o oceano em viagem de férias. E não sou pior por não conhecer a Disney.
...”

Quando recebeu de volta o texto o professor disse:
- Vou pedir que faça outro texto, não gostei.
- Mas o tema era livre.
- É, mas ficou muito pessoal.
- Essa avaliação é muito pessoal...
Tomou a folha de papel da mão do professor e guardou na pasta de qualquer jeito.

Mais tarde, cruzaram os olhares no bar do outro lado da rua.
Ele fumava um cigarro na calçada, encostado no poste de luz.
Ela tomava uma cerveja, encostada no balcão.



terça-feira, 19 de maio de 2009

Procura-se comercial da Skol

Estava lá no sofá da sala, televisão ligada enquanto me concentro em livros, revistas, leio email pelo celular. Sou espetada por um brinquedo esquecido embaixo da almofada, tropeço em outro, e a televisão lá, esforçando-se para chamar minha atenção, quando de repente ela consegue.
Começa com uma voz masculina, sotaque caipira como o meu. Ponto para ele, tive que olhar. E aí, para que eu não desistisse, ele continuou, sozinho, falando sobre futebol. Já sabem que é um tema que me interessa, acompanhei o raciocínio e pra fechar com chave de ouro, ele me fala da cerveja Skol. Eu não tomo Skol, mas tomo cerveja. Porque não tomo Skol? Se esse cara fala comigo, do jeito que eu entendo porta e verde e nunca poderia ter um filho chamado Bernardo porque daria um nó na minha língua, apesar de achar o nome muito bonito?
Ele fala tudo o que sempre observo. Moças que não querem decepcionar os namorados assistem futebol e comentam: ai, se entra é gol! Ele não se refere as moças, é delicado, mas estamos conectados e entendo a mensagem.
E já conquistada pelo comercial de cerveja mais bacana que já vi nos últimos tempos ele finaliza mais ou menos assim:
- corintianos são os únicos que respeitam o juiz, eles dizem, meretíssimo, eu sou inocente...
Não que eu queira causar polêmica entre as torcidas, estou apenas relatando a minha grata surpresa com um comercial de cerveja que não tem nenhuma mulher sem roupa, não tem uma roda de amigos, o sotaque não é carioca, não tem praia e mesmo assim é espetacular! Mas, não encontrei o link desse filme nem no site da F/Nazca. Será que eu vi mesmo esse filme? Alguém viu esse filme por aí?