Eu confesso que todo dia leio o obituário do jornal que assino. Falecimentos.
Por ordem são listadas as mulheres, das mais velhas para as mais novas.
Depois os homens, na mesma ordem cronológica, dos mais velhos para os mais novos.
Leio os nomes e penso sobre eles.
Nomes comuns, nomes antigos, nomes que não se usam mais, nomes bonitos, nomes feios, nomes estrangeiros, nomes esdrúxulos, nomes simples, nomes compostos.
Depois penso nas idades e confesso que tenho menos pesar pelos que passaram dos noventa anos e sempre me surpreendo e sensibilizo com os menores de cinquenta anos.
Não me importa muito o estado civil, mas sim a filiação, quando há, porque é uma continuação da análise dos nomes. Observo se são homenagens a pai ou mãe, se carregam filho, júnior, neto. Se melhoraram ou se pioraram, no meu juízo de valor, ou seja, se mais bonitos ou mais feios os nomes dos filhos do que os dos pais.
Depois me comove saber se tinham filhos ou não. E desses olho os nomes, mas não penso muito sobre eles.
Eu confesso que todo dia passo os olhos por esse quadrado sem vida, cheio de tantas histórias que eu não sei contar.
Os anúncios de missas de sétimo dia eu deixo para os padres.
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