quarta-feira, 20 de julho de 2011

Considerações

Achou que tinha achado o grande amor da sua vida.
Mas que nada! Maria era daquelas moças que não dão sorte com essa coisa de namorado.
Quando era mais jovem era muito exigente e não conseguia namorar ninguém.
Achava todo mundo meio bobo.
O tempo foi passando e Maria foi diminuindo os itens da sua lista de exigência.
Até namorou um ou outro de um jeito mais sério, mas de gostar, amar, com vontade de ficar velho junto, nada, ninguém.
Acabou concluindo que isso era coisa de novela. Ia mesmo escolher um mais ou menos e tocar a vida.
Era melhor que fosse um pouco mais feio, um pouco mais pobre do que muito namorador e foi por aí.
Até que não demorou muito pra encontrar. Achou que tinha achado o grande amor da sua vida, assim mais racional do que emocional.
Mas que nada!
Não foram nem seis meses e o Joaquim anunciou que não estava feliz, que estava pensando em voltar pra terra natal e começar a vida de um outro jeito, mas sem ninguém. Por enquanto. Era um tempo.
Maria achou que não tinha que ficar esperando esse tempo e apenas sorriu.
Acabou o jantar, pediu uma sobremesa bem gorda, perguntou se ele não se importava em pagar a conta toda, pegou a bolsa e saiu.
Voltou andando pra casa decidida a não procurar nada mais, foi quando o Orlando, o dono da banca de revistas recomendou que ela não andasse sozinha àquela hora.
Primeiro ela se assustou, depois olhou para ele como nunca tinha olhado e reconsiderou as considerações de há pouco.

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