Quando meu pai era vivo todos faziam caras e muxoxos porque ele contava sempre as mesmas histórias.
Menos eu. Eu gostava de ouvir. Talvez fosse um prenúncio de que eu viria a fazer a mesma coisa.
E eu faço. Eu conto sempre as mesmas histórias. Muitas vezes para as mesmas pessoas.
Hoje na hora do almoço contei de novo uma das minhas preferidas.
Eu nasci em casa. Minha avó Amélia fez o meu parto.
Minha mãe tinha 34 anos e três filhos crescidos.
Minha avó atravessou a rua comigo no colo, toda embonecada e me pesou na balança do armazém.
Pesei 4,5 kg. Não posso acreditar. Balança de armazém tem lá seus truques e não quero crer que ela tirou toda a minha roupa para pesar, no meio do armazém?
Era abril, 28. Tinha chovido na noite anterior e o dia amanhecera lindo.
Essa é a minha história.
Foi assim que cheguei. Entre mulheres naturalmente belas em sua essência.
E, talvez por isso, eu goste tanto de contar. Foi assim que eu nasci.
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