Ontem foi aniversário de São Paulo. Muita gente homenageou.
Li em algum lugar que é a cidade que os brasileiros amam odiar ou algo assim.
Eu digo há muito tempo que é a cidade feia mais linda do mundo.
A cidade de São Paulo recebeu, aceitou, confortou todas as personas que me habitaram.
Quando cheguei, a caipira que era e ainda sou, não se assombrou com os edifícios altos, mas ressentiu-se de encontrar céu tão cinza e entristecido.
Essa persona tinha 17 anos e só enxergava uma vida de coreografias, palcos iluminados, sapatilhas e máscaras que mais revelam que escondem.
Quando essa persona realizou que as luzes não brilhariam como tinha sonhado e buscou outros sonhos, São Paulo entendeu. No fundo, no fundo, magoou-se muito com a troca por Recife, mas nunca, jamais, negou seu abraço de volta e compreendeu que minhas personas podiam ir sem amarras nem rancores que voltariam sem explicação, sem necessidade de pedir perdão.
A persona que amadureceu. A persona que encontrou seu grande amor. A persona que acomodou em sua rotina o mundo business. A persona que gerou meninas em séculos diferentes.
São Paulo confortou cada uma delas.
Protegeu em suas garras.
Protestou silenciosamente durante declarações de amor que minha persona viajante já fizera à Nova York, Barcelona.
Eu não nasci aqui, eu não cresci aqui, eu não moro aqui, mas é aqui que eu sou e nos entendemos bem assim!
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