De nada adiantou que eu carregasse pendurado no pescoço a minúscula imagem de São Francisco em prata.
Morreu aos nossos pés. Enganada por si mesma. Pelas falsas imagens criadas. Por uma realidade inexistente.
Morreu nas mãos da moça que não hesitou em sair para socorrer.
Era uma pombinha do ar, que talvez por estar pensando na vida que teria se tudo fossem árvores e não prédios se iludiu com a vidraça e não mediu forças. Não teve tempo de entender e desviar.
Foi vista em seu último voo quase rasante por poucos, mas o barulho seco na vidraça foi ouvido por muitos.
Aos nossos pés. Olhos abertos e ainda vidrados.
A cabecinha inclinada como quem faz um cumprimento delicado, quase oriental.
Tínhamos tanto trabalho e éramos tão adultos que ninguém deixou escapar uma lágrima visível.
São Francisco, guarda a pombinha que se perdeu!
E cuida da rota das que ainda estão voando por aí!
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