Terminou o
banho despreocupadamente e, quando abriu o box, ele estava lá.
Enxugou-se sem tirar os olhos dele.
Calçou os
chinelos secos, se enrolou na toalha.
Movimentos
leves, quase coreografados.
Ele parecia
ignorá-la completamente.
O movimento
foi rápido, o braço imprimiu força bruta e a mão espalmou o azulejo com
vontade.
Quando olhou
para o resultado, qual não foi sua surpresa ao não ver nada. Absolutamente
nada.
Olhou em
volta entre curiosa e furiosa e não demorou muito para localizá-lo.
Fechou a
porta. Por aqui não sai.
Arrogante.
Atrevido. Ágil.
Tentou uma
vez mais com a mão, depois com a toalha. Nada.
Pensou nas
tarefas do dia, atrasada como sempre. Desistiu.
Quando
pousou a mão na maçaneta para abrir a porta ele pousou quase no mesmo lugar
anterior.
E dessa vez
a palmada foi certeira.
Abriu a
torneira, lavou a mão com a água bem fria. Passou a mão molhada no azulejo,
voltou a lavar a mão.
E então se
arrependeu. Sabia que em algum momento seria picada por aquele pernilongo, mas
não precisa ter acabado com ele assim, que não deixou nenhuma mancha de sangue
na parede.
Pobrezinho,
morreu com fome.
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