Era religioso apenas com o horário de passear com o cão.
Não importava chuva, chuvisco, garoa. Noites estreladas e
noites quase ensolaradas no horário de verão.
Mais que um passeio era uma rotina de oração aos seus
pensamentos, que podiam se concentrar no vazio de apenas ser e caminhar.
Uma prece por noite. Um cansaço revigorante escondido atrás
do que diziam ser um excelente exemplo de dono de bicho. De um cão saudável e feliz.
Tempo e terço, contas rezadas solitariamente.
Quando o cão adoeceu as preces se misturaram e ficaram
confusas.
Quando a coleira sobrou inerte na área de serviço ele voltou
a ser ateu.
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