Pensou que pensava sem já fazer muito sentido.
Gostava de transformar as palavras em verbos. Qualquer
palavra que já não fosse um verbo.
Verbear palavras é sempre tão mais fácil quando se sabe o
que dizer, mas as palavras se escondem, escapam ligeiras. Elas não querem a
responsabilidade de corroborar o que há entre o olhar e a boca, o fígado e o
coração, as mariposas do estômago e o balançar dos pés.
Inventar palavras também já não é desse tempo que é tempo só
de reduzir.
Não a pó, a vc, tá, tbém, pq. Palavras cortadas, magoadas.
Pensou que pensava, mas já não passava de um desfilar de
sentimentos.
Embrulhado quando frio.
Esparramado quando calor.
Amar é mais. Pensar é pouco.
Verbear ajuda a transitar pela indelével tarefa de ser.
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