sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Apelidos perdidos

Marcado que era pelo destino resolveu arriscar tudo.
Começou rabiscando um bilhete de despedida.
Teve medo de que fosse confundido com um bilhete de despedida dos suicidas e, por isso, não teve dúvidas, rasgou e rabiscou palavras no espelho, nas paredes, na geladeira, onde foi possível.
E então fotografou como se estivesse em uma dessas instalações modernas, mas no fundo, só queria recordar suas palavras.
Ajeitou tudo o que cabia na mochila.
A única coisa que lhe doeu deixar, do fundo da alma, foi a bicicleta.
Em dado momento pensou que ela poderia ser útil, mas prontamente reconsiderou.
Não podia ter nada que não pudesse carregar ou que não pudesse lhe acompanhar.
Lembrou-se de algumas frases de efeito apenas para se auto estimular. Resumiu em: uma grande caminhada começa com um pequeno passo e então quando fechou a porta tropeçou no degrau.
Teve a impressão de que era um mau agouro e de que o pequeno passo era só um tropeço e que nada daria certo.
Mas era tarde para recuar.
Seguiu firme sem se voltar para olhar.
Marcado que era pelo destino resolveu arriscar tudo.
Em dado momento, o Dado, o Duda, o Edu, o Dudu eram de novo o Luis Eduardo e talvez tudo pudesse ser diferente.
Arriscou.

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