terça-feira, 13 de setembro de 2011

Demais

Quis o destino que nascesse pastor alemão.
Não um religioso ou camponês nascido na Alemanha, não.
Cachorro.
Mas não quis o destino que ele ganhasse uma fazenda, um sítio, uma chácara ou mesmo um quintal para cuidar.
Eu o vi de relance, inquieto, na viatura cinza de número 94332, batalhão de choque.
Lindo, enorme. Protegido ou preso na parte de trás da viatura?
Poderia deitar, mas ia em pé.
Não entende o congestionamento, mas entende o confronto.
Não roeu pés de cadeira.
Não roeu nenhum chinelo havaiana.
Não engoliu nenhuma bola de meia.
Treinado para trabalhar e depois de um tempo se aposentar e aproveitar a vida.
Reconhece os bandidos.
Enfrenta as pessoas nas manifestações.
Tem um parceiro, mas não toma café e nem come rosquinhas como os policiais de filmes americanos.
Quis o destino que eu o visse hoje pela manhã.
Quis o destino que nascesse pastor alemão.
Às vezes, eu penso que o destino quer demais.

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