tenho um frágil passarinho nas mãos
não tem asa quebrada, mas ainda tem medo de voar
o medo do coelhinho assustado
que não quer ficar na toca, mas que quando na toca não está
tem medo do que possa ser
transição é uma palavra que assusta
ninguém transita bem por ela
é sempre um não saber alguma coisa
tenho um delicado tecido para bordar
qualquer ponto apertado demais pode rasgar,
frouxo demais pode desmanchar
as minhas palavras dançam melhor em coreografias de papel
não quando são ditas entre caras e bocas
digo o que não penso,
não penso no que digo
cada peso tem sua medida exata
tenho um frágil passarinho nas mãos
que quero forte
que quero livre
que quero de voo seguro
preciso aprender para ensinar
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