sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Desconhecida

Um dia começou.
Os cremes já não bastavam, nem a caminhada, nem tão pouco os remedinhos que tomava.
Foi de leve, na barriga.
Dores e mais dores por algumas semanas e depois o prazer de um biquini mais ousado.
Depois que começou não parou.
A perna, os braços pra melhorar o tchauzinho, os seios que até então se mantinham fortes apesar de não tão firmes.
Resistiu o quanto pode mas chegou ao rosto.
Não era preciso. Tinha sabido envelhecer e estava bem, mas era uma coisinha de nada.
E outra e mais outra até que um dia se deitou para dormir.
A alma saiu para passear como sempre fazia, mas ao voltar não reconheceu aquele rosto.
Reconhecia tudo ao seu redor, mas não aquele rosto.
Não podia voltar para uma desconhecida.
Ficou vagando, procurando.
Enquanto a Marilene chamava na porta do quarto a patroa que nunca, jamais dormira até tão tarde.

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