terça-feira, 27 de setembro de 2011

Primaveras

Balançou a cabeça para sentir o cabelo nos ombros nus.
Depois passou a mão na testa para descortinar os olhos.
Não eram azuis. Não eram de Capitu.
Mais um ano e seria outra a postura ao apresentar o documento.
Segurança, confiança, despeito pelos guardas que guardam os lugares onde quer estar.
E não pode.
O pai vai tentar impedir.
A mãe vai tentar negociar, fingir que não vê.
Balançou a cabeça.
Balançou os quadris.
A escola já ficara a umas três quadras, mas hoje não.
Hoje era dia de apenas passear e pensar e planejar um futuro luminoso.
Luminoso...
Precisava mesmo era tomar um sol, a primavera é sempre assim fresca?
Ergueu os ombros nus.
Quem precisa saber?

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