A primavera é uma morena indolente, que pega os dias de um inverno cansado e os entrega ao verão.
Com sedução, com indolência.
Dias de primavera com sol preguiçoso, com vento que sopra em qualquer direção.
Dias que convidam a sorrir e prestar atenção.
Almoço sem fome, caminhada sem pressa.
O desfile dos grupos que saem para almoçar.
O quase uniforme das calças pretas com suas camisas brancas. Algumas alinhadas, outras em desalinho com o sobrepeso.
Saltos improváveis em joelhos que não se sustentam.
Quase todos os cabelos são loiros. Ou castanhos? Já se confundem no cruzar das ruas.
Quase todos os ternos são mal cortados e os ombros desaparecem na esquina das costuras apressadas.
A calçada desafia saltos finos e os bicos dos sapatos engraxados.
Os buracos são trapaceiros.
Os sorvetes vem derretendo a dieta que não se cumpriu.
A saia é bonita, mas curta demais.
O casaco é bonito, mas a cor não conversa com nada mais do que decidiu trajar.
Trajar é uma palavra perigosa.
A primavera é uma morena indolente.
O meio do dia pode mudar nossa direção.
Olhar a vida com indolência pode nos ensinar paciência e sim, eu preciso muito dessa lição!
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