Acharam-se
nas redes sociais e depois de um tempo resolveram se encontrar.
Marcaram um
almoço.
Ficaram
ansiosas.
As perguntas
femininas semeadas pela inquietação eram: será que engordou? será que fez
alguma plástica? será que pintou o cabelo? será que as unhas estão bem feitas?
No dia
marcado uma esperou pela outra um pouco mais do que gostaria, mas não se
aborreceu.
Uma vinha de
casa, de deixar filha na escola, a outra vinha do trabalho, mas de nenhuma
posição da qual pudesse se orgulhar.
Escolheram
um restaurante mais pelo poder falar
do que pelo cardápio.
Eram muitos
anos para por em dia.
Parecia que
seria um longo bate-papo, mas no fim foi quase um monólogo.
Daquela que,
há pouco separada, contou toda a história de como foi, citando personagens
totalmente desconhecidas para a outra que aproveitou e comeu.
Um
estranhamento. Um desconforto.
Café e
sobremesa.
Sorrisos sem
brilho.
A despedida
foi no estacionamento com promessas de se visitarem em casa, juntar as
crianças.
Nunca se
deu.
Um quê de nossos sonhos leves não deram certo, o
futuro que imaginamos não chegou. Não vamos confrontar nossa existência.
As redes
sociais evoluíram. Uma delas migrou.
Ainda não encontrou
o perfil da outra, mas valia a pena.
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