Tem gente que nunca ganhou uma rosa.
Tem gente que nunca ganhou café na cama.
Tem gente que nunca andou descalço na chuva.
Tem gente que nunca viu o mar.
Tem gente que nunca colheu pitanga.
Tem gente que nunca desenhou um coração.
Tem gente que nunca cortou o dedo.
Tem gente que nunca nadou em rio.
Tem gente que nunca caçou passarinho.
Tem gente que nunca soltou pipa.
Tem gente que nunca viajou de trem.
Tem gente que nunca viu um pato nadar.
Tem gente que nunca jogou bolinha de gude.
Tem gente que nunca tomou sorvete.
Tem gente que nunca comeu os dois bicos do pão.
Tem gente que nunca quebrou um copo.
Tem gente que nunca usou havaianas.
Tem gente que nunca usou fantasia de carnaval.
Tem gente que nunca quebrou o braço.
Tem gente que nunca caiu da escada.
Tem gente que nunca viu um morceguinho dormir num arbusto de calçada, de um bairro movimentado de São Paulo, ao lado de uma van de cachorro quente, em pleno sol das treze horas.
Eu vi.
E até fotografei.
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