É assim, desse jeito meio caipira que minha Cláudia me “repreende” quando falo alguma bobagem. E quase sempre eu falo.
Minha amiga é dessas pessoas que existem e são queridas sem esforço nenhum. Existência leve, ainda que nunca se sabe o quanto pesa a trouxinha que se vai fazendo ao longo da vida.
Eu me lembro da primeira vez em que a vi.
No almoço de aniversário de Jorge, um amigo de trabalho.
Esquisita. Uma moça que usava uma blusa de malha por cima de uma camisa e depois um vestido por cima de um jeans.
Moderna.
Sorriso tímido.
Olhar profundo.
Depois começou a abusar e me chamar de besta.
Tantas viagens. Tantas bancadas divididas no banheiro, meu creme dental e minha escova de dente e o baú de cremes dela. Ela ainda hoje insiste em dizer que não.
E sempre me socorrendo, como se eu fosse um bichinho perdido.
Minha enfermeira em Cannes, na mais terrível crise de labirintite que um ser humano pode ter.
Desacreditando quando esqueci o cartão de embarque no toilette do aeroporto de Madrid, mas quites quando no desembarque tivemos que voltar para recuperar a bolsa dela que ficara no interior da aeronave...
Minha amiga de tantas histórias.
Minha amiga de tantos silêncios.
Minha amiga em tantas fotos.
Minha amiga em tantos e-mails.
Minha amiga em tantos recados.
Hoje minha amiga está fazendo uma prova, um vestibular, um desses perrengues que a vida nos aplica, assim de surpresa.
Ela vai tirar dez com louvor, é uma aluna aplicada.
Depois vamos comemorar essa vitória.
Besta. Ela é muito besta e por isso nos damos bem, eu acho, eu tenho certeza!
Lusia, nossa amiga realmente tirou 10 como vc previa, gabaritou na realidade! ...estamos aqui, no quarto 230. Inconfundivel, vc desce do elevador e se guia pelas vozes conhecidas, o quarto 230 parece mesmo uma festa...Rolou agora uma leitura do seu post aqui no quarto 230 e seu texto arrancou lagrimas da galera do 230!
ResponderExcluiré, eu tenho mesmo um monte de amigos bestas, graças a Deus!!!!!
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