São tantas as palavras disponíveis, mas como bichinhos assustados elas se escondem.
Ficam girando na minha cabeça, desencontradas, dançando sem ritmo, sem encaixe.
Espero sempre um pouco mais, espreitando e quando alguma relaxa eu tento começar uma frase.
Preciso começar um texto que conte como tudo começou.
Que realce as coisas alegres e pontue as coisas tristes muito rapidamente e nem foram tantas assim.
Preciso lembrar detalhes.
E depois preciso guardá-los num lugar protegido, só para mim.
E se eu pudesse acelerar o tempo e contemplar todos os resultados... touché na minha ansiedade.
E já saberia que tudo deu certo aqui, ali, para mim, para ela, para ele.
Menos cansada e menos aflita.
Com mais respostas do que perguntas.
Os anos pares me espreitam com coisas esquisitas desde o meu nascimento.
Alguns me surpreendem com o mais puro lirismo, outros com o mais cruel do ostracismo.
Preciso das palavras, mas elas não precisam de mim.
Preciso de um tempo de calmaria que não tem pressa de vir.
Se eu pudesse ir e vir no espaço e no tempo eu comporia um quebra-cabeça sem tantas peças.
Não posso perder nenhum delas. Não agora.
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