segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nunca estamos prontos

Nunca estamos prontos e aí reside a graça da vida, mas por que demoramos tanto para aprender?
Nunca estamos prontos para perder um grande amor, para perder um grande amigo.
Pais jamais estarão prontos para perder filhos, filhos não esperam e não estão prontos para perder os pais.
São leis praticamente naturais da vida, todo mundo sabe, todo mundo observa, todo mundo lê ou escreve sobre o tema.
E não estamos prontos quando damos ou levamos uma batidinha no carro, quando nos roubam o celular ou o notebook.
Não estamos prontos para nada, nem para as coisas boas. Não estamos prontos quando recebemos um telefonema de quem mora do outro lado do mundo.
Não estamos prontos quando nasce um bebê na família, quando alguém se casa sem avisar.
Nunca estamos prontos.
E porque nunca estamos prontos é que tudo é vivido intensamente, fortemente, algumas vezes deixando na alma, no coração, na lembrança uma imagem não como cicatriz, mas como uma tatuagem desenhada caprichosamente.
Dói muito. Mas depois que passa está lá, indelével, bonita às vezes, algumas de maneira que todo mundo pode ver, outras tão nossa que nem quando partimos fica exposta.
O fato é que nunca estamos prontos.
Não há ensaios, não há reprises, pode ser refeito, mas nunca será do mesmo jeito.
Algumas variáveis não controlamos.
E se não controlamos porque sofremos por elas?
Nunca estaremos prontos e aí reside a graça da vida, mas por que demoramos tanto para aprender e por que não conseguimos ensinar? 

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