segunda-feira, 20 de junho de 2011

Silenciar

Ficou em silêncio como quase nunca ficava.
Ponderou como sempre tentou e finalmente estava conseguindo.
Não teve uma palavra dura e nem um sorriso atravessado.
Guardou tudo o que realmente pensava para si.
Depois elocubrou e teve medo de que aquilo tudo lhe trouxesse algum mal.
Mas não, era só não pensar e passaria.
Fixou o olhar no azul do céu que deixara.
Ao som das vozes que explicavam razões inexplicáveis preferiu lembrar-se do bem-te-vi que lhe dava bom dia.
Teria dito coisas horríveis se não estivesse em paz.
Ficou apenas pensando que sofrem muito as pessoas que a todo momento tem que fingir, interpretar, mudar de opinião para sentir-se querida ou protegida.
Também calculou que sofrem muito aqueles que não conseguem nem carregar o próprio nome e que se esforçam para esconder as raízes.
Pobre gente.
Era apenas um silêncio filosófico, o que pensariam dele não importava. Podia ser quem era e isso  era mais do que libertador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.