segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desalento

Amanheceu, mas já era de noite.
Terminou de ler o livro, mas não lembrava do início e, portanto, não sabia se a história fazia sentido.
Apaixonada por sorvete de limão pediu um crocante de chocolate.
Ficou o dia todo em casa e preferiu caminhar a noite.
Não, não é perigoso quando se é invisível.
E era assim que se sentia.
Sentia-se invisível desde que fora deixada de lado. Deixada pra trás.
Dizia sempre com todas as letras e com a boca cheia que cada um é absolutamente responsável por tudo aquilo que lhe acontece, mas e agora? Fazia o que com essa filosofia barata.
Pagou tão caro pela consulta com o médico recomendado para ouvir dele que tinha que mudar de vida e esquecer o que havia passado.
Que isso não é fácil, mas com o remedinho que lhe receitaria tudo seria uma fase de transição.
Apenas isso.
Amanheceu, mas já era de noite.
Sonhou tudo de novo.
Não via a menor luz no fim do túnel e que importava?
Se não sabia nem mesmo onde o túnel começava...

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