segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ogoláiD

- Bom, é um tempo de tudo sei.
- Ah é? Eu não sei uma porção de coisas.
- Bom, de cara eu já sei que uma pessoa com menos de 30 anos não fala uma porção de coisas.
- Ah não? E fala o quê?
- Sei lá, fala não sei uma porrada de coisas.
- Sei lá não, porque se é um tempo de tudo sei você acaba de cair em contradição.
- É só uma expressão, dãh.
- Certo. Mas como porrada se encaixa nessa frase? Eu sei o sinônimo de porrada e não me parece fazer muito sentido.
- Aí é que tá! Você precisa intuir o significado da coisa.
- Hum, é para mim será bem complicado, eu tenho intuição para outras coisas.
- Você não pode ficar amarrada nas literalidades...
- Está ficando cada vez pior...
- Mas você está entendendo o que estou dizendo, certo?
- Bom, não estou muito segura, mas acho que estou acompanhando o raciocínio.
- Isso, isso, o que não pode é ser lenta, ficar pensando, tem que sacar na hora e responder de pronto!
- Mas, se eu não entendo tenho que perguntar, certo?
- Nem sempre, se é tempo de tudo sei, faz uma cara e depois procura no Google...
- Ok, mas e se para continuar a conversa eu precisar saber com certeza, não posso perguntar?
- Olha, isso era cool nos anos 80, agora não é mais.
- Como assim cool? O que era cool nos anos 80?
- Achar que quem pergunta tudo o que não sabe é que é bacana, inteligente.
- Complexo para mim.
- Oh, eu tenho mó paciência e você pode treinar comigo... eu não quero pagar mico!
- Está bem, saquei.
- Agora! Viu como não dói? Sacou? B'ora lá treinar!

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