Um barulhinho... Trovão?
E meu coração dispara.
Quer competir com o barulho do céu.
Fico feliz por alguma razão inexplicável.
Aguço os ouvidos esperando ouvir as primeiras gotas.
Fortes, marcadas.
Quando o vento é quem as traz, aparecem por todos os lados.
No telhado, nas vidraças, nas coisas deixadas pelo quintal.
Gosto.
Gosto da chuva. Gosto do vento. Gosto da tempestade.
E fico culpada temendo que alguém tenha a casa destelhada,
a varanda invadida pela água da enxurrada.
Mas por um momento deixo isso de lado.
Fui ao quintal, olhei tudo, guardei a bicicleta menor.
Abriguei-me.
Quando chove eu preciso estar de meias, mesmo que seja uma chuva de verão.
Quando era criança corria o quintal todo atrás de qualquer coisa que eu pudesse proteger.
Uma lata velha de tinta. Um tijolo. Um guardanapo no varal.
Proteger.
Depois aquecer os pés.
E sentar à janela de vidros transparentes e olhar tudo.
As gotas como lágrimas na plantinha do vaso.
Um barulhinho... Trovão?
Não, agora ainda não.
A previsão do tempo prometeu para o final da tarde, mas aí... ai do trânsito
E de mim, que me imputam a culpa por trazê-la, simplesmente por gostar e, não,
Não é bem assim!
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