Nasci em casa e ela me levou para ser pesada no armazém.
4,5kg – quem pode garantir?
Quando eu tinha quatro anos o meu melhor amigo se chamava Diamantino, o nome do pai dele.
Eu o chamava de Nenê.
Nós roubávamos caixinhas de fósforos de nossas casas e, escondidinhos, riscávamos todos.
Quando acabavam ele me olhava e dizia:
- ih... acabou o carbureto!
Quando eu tinha uns 9, 10 anos, a minha melhor amiga se chamava Nilda. Ela tinha uma irmã caçula que se chamava Neucimara.
Tínhamos idades parecidas e nossas irmãs caçulas também. A minha se chama Laís.
Não tínhamos telefone. Eu escrevia bilhetes combinando encontros e brincadeiras e Laís levava.
Outras vezes eu recebia bilhetes trazidos por Neucimara.
Será que nos perdoaram por essa exploração?
Quando eu tinha 12 anos eu ganhei o concurso de redação da minha escola escrevendo sobre a história da cidade: Tupã.
Disputei a etapa seguinte com representantes de todas as escolas e, para essa etapa, a redação era escrita in loco. Minha mãe me levou até o local. Eu era a menorzinha de todos, em tamanho físico e em idade. Todos os participantes estavam quase entrando na faculdade! Não ganhei.
Quando eu tinha 17 anos eu me mudei para São Paulo, com a minha irmã Lúcia, que cuidava de mim como meu pai e mãe.
Era preciso sair da casca do ovo.
A saudade apertava muito o coração. Mas eu me mantive firme e chorava no banho.
O meu pai nunca mais chegou em casa assobiando porque eu não estava mais lá para responder ao assobio.
Até hoje eu assobio no banho!
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