terça-feira, 16 de agosto de 2011

Medo de algumas respostas

Pensando bem, às vezes é melhor não pensar
O recado que não chegou completo,
A lista que não saiu
A indiferença da caixa do supermercado - coitadas daquelas mulheres transformadas em box!
O ser que com duas pernas boas para na vaga do deficiente.
Há caminhos para escolher, por que simplesmente não ser escolhida
sem ter muito o que pensar?
Se há escolha, há renúncia
Se há renúncia, haverá sempre um ponto de interrogação: e se?
E, pensando bem, é melhor não pensar.
Os esforços que não resultaram,
o sorriso que foi demais,
o afeto que foi de menos,
o cansaço de ter que ter e fazer e acontecer, quando simplesmente
uma porção de galinhas ciscando no quintal era tudo o que se poderia ter.
Pensando bem, quando o coração estiver assim, apertado, talvez seja melhor não escrever.

Talvez bastasse ler Fernando Pessoa...
"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretem. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso."

E os meus rabiscos, o que será que são? Quem não quer ouvir mentiras, que não faça perguntas...
Às vezes, é melhor não pensar!

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