Aniversário da minha irmã caçula.
Já passou dos cinco anos, dos dez, dos vinte, dos trinta e já passou...
O tempo corre feito um rio, indiferente ao que fica pelas margens. Flores florescidas ou já envelhecidas.
Pedrinhas ou pedregulhos.
O rio segue seu caminho indiferente aos que o atravessam.
O rio apenas é.
Mas nenhum rio é capaz de lavar as minhas memórias.
O bebê que chegou naquela tarde de sol era o bebê mais lindo que eu já vira.
E assim cresceu. Cabelos aloirados, pele macia.
E embalava todas as brincadeiras que nos permitiram criar laço tão forte.
Vera.
Casa montada no quintal.
Caçadas no pé de abóbora.
Jogo de tênis com raquetes de plástico.
Salada de couve colhida da horta.
Travesseiros vestidos com camiseta transformados em bonecos gordos.
Eu só não podia fazer nada quando ela, arredia e leonina, desafiava minha mãe porque não concordava com a hora do banho. E já limpa e cheirosa passava terra na barriga para depois limpar-se na colcha da cama, impecavelmente arrumada.
Nessa hora, toda minha travessura ficava apenas assistindo pelo menos uma confusão em que eu não era o foco das atenções!
Minha irmãzinha nunca cresceu aqui dentro do meu coração!
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