Há 13 anos o coração do velho Nicolino jogou a toalha e parou de bater.
Em uma semana tudo aconteceu e ele se foi.
Quando teve o primeiro ataque cardíaco não pensei em nada, apenas tomei um avião e fui vê-lo.
Fiquei olhando para ele naquela cama de hospital, pálido, com os olhos azuis ainda brilhantes e falamos apenas de coisas interessantes.
Levei algumas revistas.
Comentei que traria novas pedras para a coleção de cidades de Portugal para onde eu iria em férias.
No final de semana voltei para casa.
Uma semana depois refiz a viagem mais triste da minha vida.
Pronto. Isso é tudo.
13 anos são suficientes para relembrar do momento doloroso.
Agora ficarão apenas as coisas boas e inusitadas que ainda me espantam e me enchem o coração de alegria.
Como o dia em que fomos juntos ao colégio em Presidente Prudente, recém chegados de Tupã, porque a diretora havia dito que não tinha vaga porque não tinha cadeira... E ele me fez acompanhá-lo para ouvi-lo dizer:
- bom, imagino que quem ensina 28 alunos pode ensinar 29, principalmente porque a minha filha aprende rápido, pode ver o histórico da outra escola, e se não tem carteira, não tem problema, eu compro uma, onde é que vende?
Na volta as aulas, lá estava eu, estudando no melhor colégio recomendado... público, obviamente, e nem foi preciso comprar uma carteira!
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