O mínimo que podia fazer era ficar quieto e esperar a poeira baixar.
Sacou o caderninho do bolso e anotou: procurar a origem da expressão "esperar a poeira baixar".
Ficou quieto na cadeira e só a arrastava de leve para seguir o raio de sol.
Lá dentro alguns andavam de um lado para outro.
Se isso não resolve, porque tumultuar?
Outros ficavam sentados, mas perguntando como foi, com os olhos espantados, a boca aberta e a mão tentando esconder os dentes mal arranjados.
Quando a poeira baixasse ele talvez diria o que sabia.
Ainda não decidira se espontaneamente ou apenas se fosse chamado a uma sala e interrogado.
O fato era que não tinha nenhuma participação, a não ser saber mais ou menos o que se passara justamente por conta de sua discrição.
Anotou de novo no caderninho: verificar se em latim é o descriptione ou discretione... mas no fundo sabia que era o segundo, escrever no bloquinho era um prazer irresistível e por isso sempre arrumava alguma coisa para anotar.
Estava nisso quando a Diretora Eleonora sentou-se a seu lado e entre amorosa e severa afirmou:
- Seu Luigi, sabemos que sabe algo, pode nos contar? É para o bem dele.
Sem pestanejar ou planejar respondeu:
- De fato! O Agnelo conheceu uma senhora muito distinta pela internet e fugiu para morar com ela, mas não sei mais nada, como se chama, onde mora, ele só me disse que ainda tem setenta e nove anos, é capitalizado e que ninguém pode obrigá-lo a ficar aqui. E eu concordo. Ele tem saúde e juízo.
- Obrigada, vou falar com o filho dele, mas eu sabia que essa história de acesso a internet ainda ia me arrumar confusão!
Ele balançou a cabeça e anotou no bloquinho: aprofundar conhecimento sobre a internet.
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