Os bancos de areia nunca vão à bancarrota.
O sol depositado na pele branca, parda, negra ou amarela, setenta anos depois ainda cobra seus dividendos.
Olho em volta e tropeço em nuvens.
Ergo as mãos e acaricio um gramado isolado dos grandes pés e povoado de seres minúsculos.
Já fui uma lesma. Deixei um longo e tortuoso caminho brilhante que quando tornou-se uma reta encontrou uma paralela e evoluiu.
Fui então um morcego na caverna. Preguiça tanta que só me alimentar era o suficiente para estafar.
Dessa preguiça eu trago lembrança.
Transformada em tartaruga em um trecho de música de Arnaldo Antunes: tartuga por dentro é parede.
E depois uma cobra d´água, um lambari.
Uma coruja e não queria ser mais nada até renascer um gato malhado. Vira-lata brejeiro com um único sonho simples: ser recolhido pelo açougueiro.
E evoluindo fui, com Charles Darwin me repensando silenciosamente durante 20 anos para, aos 50, publicar o que muitos não digerem até hoje.
De todas as minhas evoluções a que mais me espanta é aquela que não ouso narrar.
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