terça-feira, 22 de junho de 2010

despedida

- você me espera?
- por quanto tempo?
- quem pode saber?
- mas tanta coisa pode acontecer, com você, comigo, como posso prometer?
- promete, se não der pra cumprir tudo bem
- mas não vou me sentir bem
- isso é culpa de católicos, você não é católica
- mas quem disse que isso é de católicos? eu me sentiria mal
- me espera, não pode ser tão ruim assim
- mas e se demorar muito?
- quem pode saber?
- você deveria...
- não, só quem sabe tudo é deus, se eu sair agora e for atropelado tudo terá acabado
- é, tem razão, e não terei que esperar nada
- você me ama?
- muito e você?
- eu também, na verdade eu sinto uma coisa que não sei bem definir, não sei como é amor, amor
- entendo, eu também não sei muito bem
- antes eu ficava desesperado por alguém, queria muito, muito e depois que conseguia, ia enjoando, enjoando e acabava
- eu sei como é
- agora não, quero ficar perto, cuidar de você, saber das suas coisas e não enjoo, tem sempre alguma coisinha mais
- por isso você quer que eu te espere?
- claro, se eu voltar e não estiver mais, o que eu faço?
- ah, encontra outra moça
- igual você não tem
- então tá bom, eu te espero, prometo, mas e você? promete que vai voltar?
- ah, mas isso é coisa que se pergunta? é claro que eu prometo, já tá prometido mesmo antes de partir
- e quando você vai?
- na terça
- porque na terça?
- não gosto das segundas, quarta é a do meio, quinta já é mais pro fim do que pro começo, na terça quase tudo passa em branco
- será?
- é, é sim
- mas dessa terça a gente não vai esquecer, não vai passar em branco!
- só enquanto eu não voltar, depois a gente esquece
- e quando voltar vai escolher que dia?
- sábado, sábado é dia de sol
- ah, é? sábado passado choveu
- mas desses a gente esquece, vou voltar em um sábado de sol
- vou te esperar

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