quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Perdida

Passou o tempo. Passou tão rápido.
Nenhum truque leva a melhor.
Nenhuma onda vem mais devagar só para recolhermos a toalha.
Nenhum raio espera até que estejamos abrigados.
A chuva não se importa com os cabelos recém penteados.
Passou o tempo. Passou tão rápido.
Os tempos verbais se perdem na construção da escrita.
Uma obra inacabada. Uma obra inalcançável.
Uma obra interminável como a reforma da cozinha.
Tudo se atropela. A vida não se organiza.
Quando eu escrevo enquanto penso tudo parece muito claro.
Mas bastou pousar o lápis, a caneta, abandonar o teclado para tudo voltar ao caos.
Começo e não termino.
Assim como essa reflexão sobre o tempo.
Ele passa, ele passou.
Eu tinha tanta pressa e ainda tenho, mas para que?
Para onde é que eu vou?

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