Hoje quero o privilégio de ficar recolhida.
De entender do meu jeito.
De aguardar essa coisa esquisita passar.
Hoje não quero mais do que um filme B.
Um artigo de jornal que amanhã será reciclado.
Um poema de palavras simples, sem rima.
Hoje quero o privilégio de ficar em silêncio.
De não rir da piada. De não prolongar a conversa.
Hoje quero apenas ficar quietinha, enrolada como um novelo de lã.
Hoje quero o privilégio de escrever para mim.
Sem poesia, sem entrelinhas, sem inspiração.
Hoje quero o privilégio de escrever como respiro.
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