sexta-feira, 13 de maio de 2011

Expectativa

Vejo o outro lado do abismo, mas não sei como chegar lá.
Enxergo um caminho sem fim, mas não sei como alcançar o primeiro passo.
Uma estrada reta, sem setas. Gosto de olhar para as pedrinhas do chão.
Gosto de olhar para as árvores enormes, mas gosto também de olhar os matinhos que crescem rasteiros na beira da estrada.
E esse buraco no meio que não dá nenhum sinal de como poderia ser ultrapassado.
Vejo o outro lado do abismo. De fundo escuro, parecendo infinito, talvez com um marulhar de água que escorre.
De água que me ignora, que não tem a pretensão de matar a minha sede, tão pouco de me afogar.
Vejo a estrada reta, sei aonde ela vai dar.
É um tempo presente, mas sei que o futuro que me espreita pode não me alcançar.

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