Conheci apenas meu avô paterno Augusto e minha avó materna Amélia.
E, naquela ocasião, do alto dos meus 3/4 anos, não entendia porque é que eles não se casavam, já que eram meus avós e assim eu poderia visitá-los em uma mesma casa. Mas isso não se deu.
Minha avó era muito divertida. Ou melhor descrevendo, eu me divertia muito com ela, porque era tranquila, preocupada com a ordem, com minha formação e para mim esse seu jeito era uma fonte inesgotável de traquinagens.
Mas, não fui a responsável por essa história eletrizante, apenas me lembro dela perfeitamente, como se visse um retrato da cena e detalhes dos sons.
Vó Amélia passava temporadas em nossa casa. Em uma dessas ocasiões, minha mãe passava roupas na cozinha. Eu brincava no degrau da porta e minha avó contava uns "causos" para minha mãe, encostada na parede, com os braços cruzados.
Era alta, magra, bonita, cabelos longos sempre presos em um coque no alto da cabeça.
E, no meio da história, mencionou, uma que outra vez:
- nossa, estou esquisita, sentindo uns tremores de vez em quando
E minha mãe, sem olhar pra ela:
- senta, mãe!
E de novo: nossa, mas que estranho!
Minha mãe não teve remédio senão descansar o ferro e olhar para ela:
- Mas mãe! O grampo do seu coque está encostando na tomada!
Os tremores eram pequenos choques que ela estava levando.
Eu cai na risada, minha mãe depois de descobrir o mistério também. Dona Amélia ficou sisuda, perdera o fio da meada do "causo" e virou ela mesma a protagonista de um.
Naquela época não conhecíamos os protetores de tomadas tão recomendados para aquelas que estão nos rodapés por causa dos nossos bebês. Inovação é isso! Protetores também para as que estão no alto por causa dos nossos avós!
Ótima história! Nossa... sem querer rasgar seda, mas realmente ri muito imaginando a cena :-)
ResponderExcluirMaciel, temos muitas histórias, mas essa é realmente uma pérola e sempre recontada nos encontros de família pq é diversão na certa! Bjs
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