Eu acredito em Saci Pererê.
Ele é gerado em um tronco de bambu, por sete anos e quando nasce vive setenta e sete anos fazendo travessuras.
Quando morre se transforma em cogumelo, daquele venenoso que chamam orelha de pau.
É possível dominar um Saci se conseguir tirar o gorro dele e também é possível prendê-lo em uma garrafa.
Mas para que fazer isso?
Isso sim seria uma crueldade.
As brincadeiras dele não são para tanto!
Ele adora assoviar e ficar invisível.
Eu também, mas só sei assoviar, não sei ficar invisível por mais esforço que eu faça.
Ele domina os insetos que nos atormentam, como mosquitos e pernilongos.
Eu preciso aprender a dominar esses últimos.
Ele gira em torno de si feito um pião e provoca redemoinhos.
Eu queria aprender.
Ele conhece profundamente as propriedades medicinais das ervas e das raízes da floresta.
Se precisar pegar alguma para algum chá é preciso pedir permissão, porque se não ele preparará armadilhas.
Inventaram para ele um dia nacional, que é 31 de outubro, com a intenção de minimizar o culto às bruxas, importado. Mas ele não gostou.
Eu gosto do Saci.
Eu acredito no Saci.
Ele é preto.
Ele é aleijado.
Ele fuma.
Ele tripudia.
E ainda por cima, usa um gorro vermelho.
Digamos que essa cor não conversa politicamente comigo.
Mas eu gosto dos sacis.
Preciso de um pedaço de terra para cultivar bambus e acolher os cogumelos, mas para conseguir essa terra não pretendo procurar um acampamento do MST.
Gosto de traquinagens, mas nem tanto.
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