segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pensando em ter filhos?

Talvez seja melhor não pensar. Certas coisas são difíceis de racionalizar. Não dá para fazer um business plan e preparar o lançamento. Até porque, dificilmente vai atrasar como acontece com todo produto novo, mas pode muito bem adiantar e não temos muito jogo de cintura para isso. Aliás, nesse caso, as mulheres não tem mesmo nenhum jogo de cintura. De pés, de ciático.
Existe ampla literatura sobre o tema.
De grandes e renomados especialistas até os livrinhos com os significados de nomes e signos do zodíaco.
E sites, e revistas, e amigos e parentes que discorrem sobre o tema.
Portanto, não tenho nenhuma pretensão com minhas reflexões.
O que aprendi nesses quase dez anos é que dá para delegar uma troca de fraldas ou outra.
Dá para delegar uma papinha ou outra.
Dá para ir ao cinema.
Dá para viajar a trabalho por uns dez dias.
Mas não dá para delegar bom dia, boa tarde, como vai, tudo bem? Com licença, obrigada.
Não dá para delegar porque esse não é um aprendizado de cartilha.
É um aprendizado de exemplo e não dá para delegar exemplo ou enviar por e-mail, por SMS, nem usar uma webcam.
Tempo é o melhor investimento.
E dá para ser pequeno investidor. 15 minutos, meia hora, um cinema, um jantar.
Certa vez, minha filha ao telefone pergunta:
- Mãe, você já está chegando?
Espio o relógio, quase oito da noite...
- Não, ainda estou no escritório.
- Ah, porque o papai já está servindo o jantar e você sabe né, jantar é coisa de família.
- Humm... É, eu sei.
Aprendeu a lição e superou o mestre.
Ter filhos é prazeroso mas é cansativo. Quem disse que não é? Não está escrito em nenhum manual, ninguém quer tocar no assunto, se parece com os velhos tabus, mas cansa!
Minha energia vai embora como água pelo ralo.
É uma delícia vê-las dormindo. Aconchegadas, cheirosas, tranquilas.
Nossos filhos são pessoas e pessoas são complicadas. Relações são delicadas.
Queremos sempre o melhor, mas o melhor para quem?
Não dá para delegar esse discernimento e nem deixar a preguiça responder com tá, tá bom, sim, depois eu vejo, agora não, pode, ok, ok.
Lá na frente esses depósitos não vão render senão problemas. A taxa de administração será tão alta que não compensará.
Estou revendo meu posicionamento dia a dia, e minha última avaliação não foi lá das melhores:
- Mãe, você é a melhor mãe do mundo!
- Não acredito!
- Melhor mãe do Brasil!
- Imagina!
- De São Paulo.
- Não sei não.
- Desse condomínio!
E diante de um sorriso que talvez um adulto distraído deixasse passar finalizou o assunto:
- Tá, tá, você é a melhor mãe dessa casa e não se fala mais nisso!
Combinado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.