Entro em uma loja de calçados esportivos em um shopping bacana.
O vendedor se aproxima sorridente. Um misto de surfista com os estudantes de comunicação, artes do período da manhã da FAAP.
- Posso ajudar? Procura algo especial?
- Você tem aquele modelo novo de tênis da Nike, aquele que você troca parte do solado e assim vai variando a cor?
- Nossa! Esse eu não recebi! Deve ser novo, mas a gente sempre recebe todas as novidades, vou até ver com meu gerente. Cara deve ser muito manero! Quer me deixar seu telefone? Assim que a gente receber eu te ligo.
- Ah, posso sim, mas eu já tenho cadastro aqui e blá blá blá.
Em outra loja, de outro shopping. Também bacana.
- Boa tarde... A moça diz sem ânimo e não me pergunta mais nada.
Circulo um pouco. Uma outra faz um movimento com a cabeça me indicando e ela se aproxima.
Cada vez com menos vontade. E lá vou eu:
- Você tem aquele modelo novo de tênis da Nike...
- Não. E nem é novo, é da coleção passada. Já acabou.
Humm... O fato é que esse modelo não existe. Eu apenas testei os comportamentos.
Nem de longe e muito menos de perto pode se chamar isso de pesquisa. É apenas xeretar um assunto.
Mas me pergunto: até onde vai a arrogância de algumas pessoas não é?
Um descaso comigo, com a minha pergunta, um menosprezo com o meu conhecimento... E nem é novo?
Eu apenas sorri e agradeci.
Com o rapaz eu fui mais generosa. Contei que estava fazendo um trabalho acadêmico pesquisando interesse pelo conceito do produto. Ele também foi generoso e não se chateou com a situação. Até batemos um papo sobre o assunto.
E já que eu estava ali, comprei um par de tênis novos e não, eles não trocam a cor do solado!
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