quarta-feira, 8 de abril de 2009

Preciso reclamar ao Bispo

Minhas filhas estudam em um colégio católico.
Não foi um critério de escolha, estava embutido no pacote quando viemos morar na grande Jundiaí e tivemos que escolher um.
Depois deslumbramos uma vantagem: a preparação para primeira comunhão, a catequese, feita na própria escola.
Biblia comprada, agenda anotada: todas as quartas-feiras, depois da aula até as 14h40.
Carona com amiga pra voltar pra casa.
E então o rosário começou a se apresentar.
Hoje reunião de pais as 17h45. Com a presença do Padre Marcelo.
Ahh, mas não o Padre Marcelo da televisão, outro Marcelo. De quem sei apenas que descobriu sua inabalável fé com a avó nascida em Minas, analfabeta.
Meu lado esquerdo do cérebro entende literalmente todas as frases ditas pelo Padre, já o lado direito percebe a intenção oculta. O esquerdo se apega ao aspecto lógico, racional, sequencial e o direito compreende aos saltos, tem insights e visão holística.
E, como o lado direito comanda o esquerdo em última instância, tenho que concluir que não confio em pessoas que não nos olham diretamente nos olhos.
E desconcentro.
Nesse momento enquanto ele divaga em parábolas eu preparo um plano de marketing para a Igreja Católica. O target, as crianças, está correto, mas a estratégia está errada, a linha de comunicação não é clara. A trilha sonora não combina. Eles focam algumas ações nos pais com instrumentos que são praticamente tortura para os filhos.
O Instituto Alana deveria ter sido convocado para a reunião.
Nada dos conceitos de marketing são utilizados.
Sem ofender o latim o que percebo é que querem nos "enfiar goela abaixo" o seu produto, sua embalagem e seus benefícios. Seus atributos e posicionamento.
E eu nem posso reclamar ao Bispo porque em meu plano de marketing eu certamente começaria recomendando que a atitude fosse a de encantar o target, seduzir, envolver, que é o que as grandes marcas, produtos e serviços fazem. Algumas muito bem, outras nem tanto.
Mas, certamente, essas são palavras perigosas em tempos de batina substituídas por uma coleirinha branca em colarinho negro.

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