quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

As perguntas eternas

Desde que nascemos nos fazem perguntas.
Algumas delas não temos a menor obrigação de responder. Respondemos por educação.
Alguns se esmeram para responder com minúcias. Outros apenas balançam a cabeça.
São perguntas de toda ordem.
Para as crianças: o que vai ser quando crescer?
O que se pode responder? Gente grande?
E a mamãe: cadê o filhinho da mamãe? Não estamos bem na frente dela, o que mais quer saber? Onde estão nossos pensamentos?
Quando adolescentes: já tem namoradinho? E se a resposta for sim, levam um susto? E se a resposta for não, somos tímidos, atrasados, mal resolvidos?
No último ano do colegial: vai prestar vestibular? De verdade não queria, queria apenas escrever livros com a gramática que já aprendi.
Pra que vai prestar vestibular? Oh meu Deus, para daqui alguns meses vir conferir se entramos, não entramos, e se mudamos de idéia o que dizer para consertar a última resposta?
Quando casamos: vão ter filhos? Comigo aconteceu. Passei nove anos e meio respondendo que pretendia.
Quando tive minha primogênita achei que estaria livre, mas qual o quê: essa criança precisa de irmãos e aí? Quando vai ser?
Grávida de minha caçula e depois com ela nos braços: não vai tentar um menino?
Piedade!
Por que não falamos sem pontos de interrogação?
Do alto de seus dez anos minha primogênita já me explicou como faz nesses momentos: eu ouço, olho bem nos olhos, dou um sorriso e saio andando. Não preciso responder tudo o que me perguntam, preciso?
Não sei. Eu ainda não sei.

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