Olhou para o papel em branco e não sabia o que escrever.
Em lugares diferentes, pessoas diferentes, muitas vezes não sabem o que fazer.
Diante das panelas vazias, o que preparar?
Diante da pergunta infantil mais adulta do mundo, o que ponderar?
Diante das plataformas confusas, que direção tomar?
Olhou para a vida toda e separou coisas boas e ruins.
Pintou de verde as primeiras e arquivou as segundas.
Olhou para a parede branca e ajeitou melhor o joelho.
Atendeu uma chamada, fez mais um pedido.
Pensou no almoço que não teve, na fruta substituta.
Lembrou de um e-mail sem resposta e de uma consulta a fazer.
Ouviu o sorriso das crianças.
Lembrou do último bebê que segurou nos braços.
Da confusão da gata defendendo o seu espaço.
Olhou para o céu escurecido e acompanhou a conta que toda a gente anda fazendo: chove há 35 dias, todos os dias, em algum momento.
Olhou para a tela em branco e não sabia o que pintar.
Olhou para a tela em branco e não sabia o que pintar.
Convocou os anjos e os demônios para explicar que, no momento, todos vão trabalhar no mesmo projeto: é hora de mudar.
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