Seguramente devo ter uma parcela de culpa nisso, nada que acontecia em casa, acontecia sem que houvesse uma participação especial do mosquitinho elétrico.
É, era assim que meu tio Nelson me chamava. Mas isso é outra história.
O pudim não ficou pudim. Ficou um creme para se comer de colher.
A minha mãe quis jogar fora e eu quis experimentar.
O doce mais delicioso que já comi em toda a minha vida. Posso sentir a textura, o perfume do doce ainda quente e aquele sabor... perdido para sempre!
Comi praticamente sozinha, não de uma vez é claro, já que minha mãe preparou outro e todos faziam cara de: que coisa esquisita é essa que está comendo?
Minha mãe nunca mais conseguiu errar igual para ficar daquele jeito. Uma pena.
Outros doces fizeram parte da minha infância. Os "fabricados" Banda de abacaxi, bala Chita, paçoquinhas, bala soft, confeti.
Os preparados e também perdidos para sempre: bolo de milho da tia Helena, martelinho, um puxa-puxa cor-de-rosa que um homem passava vendendo na rua. Sorte tive daquilo não me quebrar nenhum dente!
O pavê da Beatriz recentemente degustado, conversa de cozinha, criança correndo pela casa.
O bolo prestígio da minha irmã Lucinete, hum, esse ainda viável.
Grávida, ela preparava e juntas comíamos ainda quente. Quero tempo para sentar na cozinha dela e esperar o bolo ficar pronto. Não é pedir muito da vida. I wish just enough!
Uma vez, no meu aniversário, eu estava vestida de vermelho e branco e me fizeram um bolo branco coberto de morangos para combinar comigo.
E de outra feita, também no meu aniversário, ao chegar ao trabalho encontrei na minha mesa um quindim do tamanho de um bolo enorme. É o meu doce preferido e a Amanda me deu isso de presente, não foi incrível?
Doces inesquecíveis.
O pastel de santa clara saboreado com calma, ao lado do meu amor, em Portugal.
Por isso não piso em formigas e as salvo das poças d´água, certamente comecei minha jornada evolutiva como uma formiguinha e o gosto pelos doces é o que me restou desse tempo que já não me lembro mais.
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