Candidatou-se a uma vaga em uma empresa legal e queria tanto trabalhar lá que nunca mais procurou emprego em lugar nenhum. Nunca foi contratado para o emprego legal.
Prestou vestibular para medicina três anos seguidos, em cinco universidades diferentes e não passou. Nunca mais estudou.
Comprou um bilhete de loteria e guardou na carteira. Nunca conferiu o resultado.
Deu o nome para a fila de espera do restaurante, mas saiu para olhar as coisas em volta. Nunca mais almoçou.
Começou a responder um questionário sobre seus hábitos de alimentação, por um link que recebeu por email, mas o telefone tocou. Fechou o computador, saiu, nunca completou a informação.
Coisas que importam, coisas que não importam.
Quem decide o que muda a vida e o que não muda a vida?
Um conto que ficou sem final. Um poema que ficou sem rima.
Ia ser médica mas virou nutricionista.
Ia ser atriz e virou bancária.
Ia ser advogado mas virou vendedor de carros.
Ia ser dentista mas virou gerente de marketing de pneu de caminhão.
Ia ser feliz mas virou mais um cara na multidão que não tem tempo para descobrir que a felicidade está no cafezinho quente que tomamos na padaria enquanto a chuva cai e não nos deixa atravessar a rua em segurança.
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