quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tardes de domingo

Época de Copa do Mundo impossível não lembrar.
Domingo à tarde, tardes de jogo. Calor, casa aberta, um entra e sai de gente sem parar.
Nenhum estranho. Éramos sete, em casa nem tão grande, movimento na certa.
Tudo o que importava era acompanhar o campeonato, o time, escutar o rádio jogando palito com minha irmã caçula com o meu pai de juiz.
Ele não prestava muita atenção e eu trapaceava. Minha irmãzinha ficava indignada e então ele dava razão a ela.
Mesmo sem ter visto, mas estava certo.
Eu levava cartão vermelho.
Às vezes só amarelo e então o jogo recomeçava.
Eu a deixava ganhar, síndrome do pequeno poder. Só para demonstrar que eu podia ganhar, mas ela, ela só ganhava se eu deixasse. E não era verdade, ela ganhava porque era melhor, era mais concentrada, mais delicada e tirava os palitos sem movimentar nenhum outro.
Quando a pipoca chegava tudo mudava.
A bacia era enorme. Talvez nem fosse, mas na minha memória de moleca magra era gigante.
Meu pai e eu a dividíamos. Ele generoso não enchia a mão, porque senão...
- dá pra fazer mais um pouco?
E goooollllllll!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Final de tarde feliz.
Desavenças? Não lembro.
Lembro de minha mãe fazendo pouco de algum comentário de meu pai e desacreditando dizia:
- vá, vá
Ao que ele retrucava:
- Vavá jogava no "Parmera"!
Tardes de domingo. Verbos no passado.

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