segunda-feira, 17 de maio de 2010

São Paulo ensinou minha primogênita a nadar

O que nos é precioso?
O tempo. Moeda de nosso tempo. Um tempo que não se tem.
É preciso ter tempo para ver a flor desabrochar.
É preciso tempo para entender a aerodinâmica das borboletas amarelas que voam em dupla.
Voam baixo, cruzam nosso caminho.
Quando encontramos alguém que não víamos há um bom tempo, nos damos conta do tempo que não temos.
Por que levamos tanto tempo para marcar um almoço?
Pra contar histórias. De um passado de glória. De passado de inglória. De risos e alegrias.
Eu penero a minha história e recolho pepitas.
Nem todas são ouro puro, mas é o que compõe o meu saquinho de legado.
Não tenho tempo de acompanhar minhas crianças crescendo, mas tenho tempo para suas histórias.
Tempo de aprender. Tempo de compreender.
Quando minha primogênita fazia suas primeiras aulas de natação, mal falava, mas me contava:
- mãe... eu pulo na água, de pé, de cabeça, de todo jeito
- é mesmo? e você não tem medo?
- não... o São Paulo me segura
- quem?

Papai do outro lado da sala, tempo precioso para explicar:
- ela nunca conheceu ninguém que se chamasse Paulo, apenas São Paulo, o nome da cidade, e chama o professor assim, de São Paulo, no que não está errada porque ele é mesmo um santo!
Tempo de recontar histórias.

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